quinta-feira, 28 de junho de 2012

Como se diz em política: "ninguém negocia com quem não tem força".


PSB e PT, o casamento tortuoso


Reproduzo, abaixo, a avaliação de Gaudêncio Torquato. Desta vez (deve ser a única), não compartilho da sua análise. Tenho a impressão que Lula adota a mesma tática que adotou ao dividir terreno entre Zé Dirceu e Palocci no seu governo. Procura criar uma gangorra entre PMDB e PSB. Contudo, o preço que Eduardo Campos está impondo é tão alto quanto o do PMDB, sendo um partido muitas vezes menor. Lula começou aceitando o preço, depois tergiversou e o presidente do PSB endureceu a negociação. São ações de valorização do seu lugar no jogo do poder. Arrisco a dizer que ainda não há nenhum sinal claro de ruptura ou distanciamento envolvendo os três partidos. Apenas movimentações inteligentes. Como se diz em política: "ninguém negocia com quem não tem força".


PSB e PT tomam distância 
O PSB e o PT começam a tomar distância no espaço político-partidário. A partir deste último. Os partidos se afastam em pleitos, onde, até então, caminhavam juntos : Fortaleza, João Pessoa e Recife. O caso mais impactante é o do Recife, onde o PSB garantira o apoio ao PT, caso o candidato fosse o ex-deputado Maurício Rands. João da Costa ganhou as prévias. O PT acabou pedindo aos dois que se retirassem do pleito. Rands aceitou, o prefeito João disse não. O PT, então, decidiu afastá-lo na marra, escolhendo o senador Humberto Costa como candidato do partido. Ante a confusão formada, o presidente do PSB, governador Eduardo Campos tira do bolso do colete o nome de Geraldo Júlio, o golden-boy da administração pessebista, e o lança como candidato do PSB. Atrai para a aliança o PMDB do senador Jarbas Vasconcelos.
Visão de futuro
Em Fortaleza e em João Pessoa, o PSB também sairá com candidatos próprios. O partido demonstra não querer ser apertado em abraço de afogados, como lembra seu vice-presidente, Roberto Amaral. Aplaina caminhos do presente com vistas ao futuro. Eduardo Campos é ambicioso e gostaria de juntar em torno dele o que chama de "geração pós-64".
PMDB, o coringa
Qualquer cenário que se projete para o amanhã deve levar em consideração o papel do PMDB. Trata-se do maior partido nacional, com alta taxa de união interna graças à articulação realizada pelo presidente licenciado do partido, o vice-presidente da República Michel Temer. Todos os sinais apontam para uma performance altamente positiva do partido, o que o conduzirá novamente ao pódio municipal. Ou seja, deverá continuar com o maior número de prefeitos. Com a planilha nas mãos, o partido deverá ser um coringa. Se pender para um lado, este lado ganha o jogo. Se o PT, por exemplo, der uma guinada e quiser caminhar em faixa própria - posicionando-se como poder hegemônico - arrisca-se a entrar em parafuso. PT diz que fará 1.000 prefeitos. PMDB deverá ultrapassar esse número.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Campanha explícita, no já conhecido estilo campanha de Dilma Rousseff.


A volta de Lula


Lula voltou com o velho estilo. Já desorganizou toda arrumação da casa, embaralhou tudo e se tornou, mais uma vez, o maior personagem da política tupiniquim. Confesso que já havia esquecido como é o estilo metalúrgico do rapaz.
Comprou a briga com o Gilmar Mendes. Vamos ver se o ministro do STF tem peito para aguentar.
Ontem o ex-Presidente foi ao programa do Ratinho. Campanha explícita, no já conhecido estilo campanha de Dilma Rousseff. Vai ser advertido, multado, e ele continuará do mesmo jeito. É impressionante como vai peitando todos móveis da casa, arrastando tudo enquanto anda. Não há outro político como ele na atualidade. O Brasil já teve vários com este dom. Carlos Lacerda, para citar um, era genial nesta performance. Jânio Quadros também tinha este charme natural de elefante com dor de dente. Tem algo de  humor sádico nesta  história toda.
O fato é que alguns dirão que torço pelo Lula. Toda vez que posto algum comentário deste gênero, vários amigos me alertam, revelando uma ponta de irritação. Mas como são amigos, me toleram.
Eu não sou lulista e passei da fase de cultivar ídolos. Minha leitura é sociológica. E como gosto de humor, me divirto com esta ruptura com o script. A oposição fica ensandecida. Não sabe como lidar e quase sempre cai na arapuca, repercutindo e polarizando com alguém que é muito popular. Um erro de iniciante. Mas a emoção fala mais alto, quase desespero, e impede uma jogada mais inteligente.
Como filho de italianos, chego a dar gargalhadas com Lula.
Lula é o bem e o mal da política tupiniquim contemporânea.

domingo, 29 de abril de 2012


Código Florestal: o espelho do gerenciamento político de Dilma


Ela é considerada uma boa gestora. Seu programa voltado para o fomento do desenvolvimento e consumo, no velho estilo keynesiano-fordista, já está claro. Mas é um desastre no gerenciamento político.
A derrota, ontem, na Câmara Federal (Código Florestal), por 274 votos contra 184, chega a ser  humilhante.
Agora, está tudo liberado: desmatamento em topos de morro e manguezais, assim como liberação de crédito para quem desmatou. Um ataque frontal à natureza e sustentabilidade.
Várias organizações da sociedade civil pedem o veto presidencial. Se vetar, a situação no Congresso será ainda pior e haverá troco. O relatório aprovado, lembremos, foi redigido por um peemedebista (Paulo Piau, de MG). Digamos que as feridas abertas com as demissões de peemedebistas que estavam instalados no governo federal estavam quase fechadas. Dilma vai topar mais este confronto? Se topar, não terá que oferecer a cabeça de alguém de sua confiança em troca?

domingo, 25 de março de 2012

A cada dia, os "aliados" dão um passo na desmoralização do jeito Dilma de não fazer política

Dilma desmonta a coalizão presidencialista

Acho que não precisa de mais ilustração para ficar claro que Dilma não é Lula e que a ausência deste é um desastre para a condução política do governo federal. A cada dia, os "aliados" dão um passo na desmoralização do jeito Dilma de não fazer política. E com apoio de muitos parlamentares do PT.
Lá vai mais uma notícia neste sentido (na foto, até o deputado Henrique Alves revela que estão apertando a goela de todos):Aliança de governistas rebelados com oposição para Câmara e impede votação da Lei da Copa[Josias de Souza]


O Planalto decidiu testar a amplitude da rebeldia do seu conglomerado na Câmara. Tentou votar o projeto da Lei Geral da Copa. Não conseguiu. Governistas rebelados juntaram-se à oposição e paralisaram o plenário. A obstrução coletiva forçou o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a derrubar a sessão. Antes de deliberar sobre a proposta da Copa, os insurretos exigem que seja marcada a data de votação de outro projeto espinhoso: o Código Florestal. Juntaram-se à obstrução a maioria dos partidos governistas –do PMDB ao PDT, passando pelo PSD de Gilberto Kassab. Entre os que queriam votar, apenas o PT, PSB e PP. Foi a voto um requerimento da oposição que pedia que o projeto da copa fosse retirado da pauta. Rendido às evidências, o líder de Dilma Rousseff na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), liberou as legendas do condomínio governista para votarem como desejassem.
Apurados os votos, não foi atingido no painel o quórum mínimo de 157 deputados exigido para o prosseguimento da sessão. Prevaleceu a obstrução. Embora o plenário estivesse cheio, os deputados fugiram do painel, impondo ao governo uma derrota constrangedora.
Ficou evidente que, se não marcar uma data para a votação do Código Florestal, o Planalto não arrancará da Câmara uma decisão sobre a Lei Geral da Copa. A maioria governista dissolveu-se no debate sobre o Código Florestal. Nessa matéria, sumiu a lógica que costuma acomodar as bancadas do governo de um lado e as da oposição de outro. Sozinhos, os oposicionistas PSDB, DEM e PPS seriam esmagados, como de hábito. O problema é que, trincado, o Planalto não teve como passar o trator. Os agrodeputados, um contingente estimado em mais de 220 votos, espraiam-se por todas as legendas, inclusive as governistas. A divisão da tropa de Dilma ficou especialmente evidenciada nas manifestações dos líderes dos dois maiores partidos do condomínio. Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB, associou-se à paralisia: “A lei da Copa é importantíssima. Mas tenho que me curvar à maioria da minha bancada, que tem posições diferentes. Para não radicalizar, para abrir espaço de negociação, para ajudar o nosso governo, o PMDB entra em obstrução.” Jilmar Tatto (SP), líder do PT, discursou em sentido oposto: “O que está acontecendo neste plenário é inadmissível. Recusa-se a discussão de um compromisso que o governo assumiu com a Fifa. […] O que os ruralistas, predadores ambientais com representação nesta Casa, estão querendo é atrapalhar o cronograma da Copa.” Tatto chamou o bloco governista à “responsabilidade”. Ao tachar os ruralistas de “predadores ambientais” obteve o oposto. O PR, que não havia aderido à “obstrução”, mudou de posição. “Faltou tato ao líder do PT”, justificou o líder da legenda. No comando da bancada do PSOL, o ex-petista Chico Alencar (RJ) resumiu a cena: “A situação está de vaca desconhecer bezerro. A base do governo chega aqui e diz que o líder Tatto não teve tato. Para nós, ele falou com clareza. Não podemos permitir a decepação das regras ambientais do Brasil. No mais, a lei da Copa parece que foi reduzida a lei do copo. Só se discute a liberação de bebida nos jogos.” Líder do DEM, o deputado ACM Neto (BA) emoldurou o quadro: “O governo derrotou o governo. Na base da imposição, não se chega a lugar nenhum”. De fato, ficou evidente: ou o governo lambe suas feridas e recosta os cotovelos sobre a mesa de negociação ou arrisca-se a não sair do lugar. Negociando, pode apressar a aprovação da Lei da Copa. Quanto ao Código Florestal, tornou-se uma derrota esperando para acontecer.

domingo, 11 de dezembro de 2011

PIB brasileiro estagnado e crise econômica

A volta da crítica liberal-conservadora


PIB brasileiro estagnado e crise econômica. Este parece o binômio que fez acordar os liberais-conservadores brasileiros. Com o mesmo argumento de sempre: gastos excessivos e entrada do Estado na economia geram crise e recessão.
Estou sentindo que o final de ano deu fôlego para esta análise "neorealista".
Do alto da serenidade se afirma: "finalmente a Europa percebe que não dá para continuar com a política social perdulária". E, logo se emenda: "o que preocupa é que o governo brasileiro ainda não acordou para esta realidade".
De certa maneira, retoma-se a linha divisória e o movimento pendular entre Hayek e Amartya Sen (na foto*).
Hayek, como se sabe, foi crítico ácido das teorias keynesianas. Sustentava sua crítica na ausência, nas teses de  Keynes, do peso das taxas de interesse e opções econômicas individuais como componentes do mercado. Depois, criticou o autoritarismo e falta de liberdade nas economias socialistas e social-democratas.
Amartya Sen, por seu turno, criticou as teorias utilitaristas que desconsideram as desigualdades sociais e nutrem profundo descaso com os direitos e liberdades, estas últimas entendidos como fim (sendo renda e bens primários compreendidos como meios garantidores deste fim).
A provocação mais interessante elaborada por Sen foi um pequeno ensaio intitulado Ética e Economia. Este livreto que condensa algumas palestras que o autor proferiu em Berkeley durante o ano de 1986 sustenta o erro de dissociar a economia da ética, relembrando que os estudos econômicos nasceram como subtema dos estudos éticos. A dissociação deu lugar a um pensamento reducionista e técnico no que tange a economia e suas tecnalidades.
Sen argumenta que a economia contemporânea adota como centro metodológico as análises econométricas e a escolha racional e individual dos cidadãos auto-interessados, refutando toda contribuição da economia do bem-estar e do direito como base da dinâmica econômica.
Cito Amartya Sen porque este opúsculo dá os contornos deste desencontro entre o pensamento racional-técnico e os fundamentos humanistas e éticos de toda vida social. Tal desencontro orienta este eterno pêndulo, entre orientação estatal e rejeição acanhada do Estado como obstáculo à competitividade como expressão da competência técnica. Pêndulo por que passa o debate sobre a os rumos da economia brasileira que se instalou nos últimos vinte e poucos anos.

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domingo, 4 de dezembro de 2011

Em maio deste ano, ao ser questionado durante viagem a Ipatinga (MG) a respeito das atividades da P-21 Consultoria e Projetos Ltda., já na condição de ministro, o petista não quis dizer quem eram os seus clientes e classificou o rendimento da empresa como “compatível com a atividade dela” e “nada extraordinário”.

Novo cerco contra Pimentel


[D'O Globo]


O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), faturou pelo menos R$ 2 milhões com sua empresa de consultoria, a P-21 Consultoria e Projetos Ltda., em 2009 e 2010, entre sua saída da Prefeitura de Belo Horizonte e a chegada ao governo Dilma Rousseff.
Os dois principais clientes do então ex-prefeito foram a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o grupo da construtora mineira Convap. A federação pagou R$ 1 milhão por nove meses de consultoria de Pimentel, em 2009, e a construtora, outros R$ 514 mil, no ano seguinte.
A consultoria de Pimentel à Fiemg foi contratada quando o presidente da entidade era Robson Andrade, atualmente à frente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e se resumiu, de acordo com o atual presidente da Fiemg, Olavo Machado, a “consultoria econômica e em sustentabilidade”. No entanto, dirigentes da própria entidade desconhecem qualquer trabalho realizado pelo ministro.
O serviço à Convap durou de fevereiro a agosto de 2010, época em que Pimentel era um dos coordenadores da campanha de Dilma e viajava o Brasil com a candidata. Após a consultoria, a Convap assinou com a prefeitura do aliado de primeira hora de Pimentel, Márcio Lacerda (PSB), dois contratos que somam R$ 95,3 milhões.
Em maio deste ano, ao ser questionado durante viagem a Ipatinga (MG) a respeito das atividades da P-21 Consultoria e Projetos Ltda., já na condição de ministro, o petista não quis dizer quem eram os seus clientes e classificou o rendimento da empresa como “compatível com a atividade dela” e “nada extraordinário”.
A Convap contratou Pimentel por meio de outra empresa do grupo que a controla, a Vitória Engenharia, atual Mineração Vitória Ltda., cujo endereço é o mesmo da construtora, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Menos de um ano após pagar a última parcela pela consultoria do petista, a Convap foi escolhida no governo Lacerda para tocar obras viárias de implantação do sistema de BRT (Bus Rapid Transit) na Avenida Cristiano Machado, para a Copa do Mundo de 2014 (R$ 36,3 milhões), e da Via 210, na região Oeste da capital mineira (R$ 59 milhões). As duas obras são em consórcio com a construtora Constran.
Fernando Pimentel deixou a prefeitura há três anos; ainda assim seu grupo permanece no controle da Secretaria municipal de Obras e Infraestrutura no governo Lacerda. A pasta foi responsável pela contratação da Convap e continua nas mãos do engenheiro Murilo Valadares, petista que cuidava da secretaria no governo de Pimentel.
De 2000 a 2008, período em que o atual ministro foi prefeito de Belo Horizonte, não há registro de contrato do município com a Convap.
Perguntado se via conflito de interesses na assinatura de contratos de quase R$ 100 milhões com uma empresa que tinha como consultor um de seus padrinhos políticos, Valadares disse que não. Ele alegou que os contratos foram assinados por meio de licitação e que, nos dois casos, o consórcio apresentou o menor preço.
“O secretário sempre pautou suas ações pela transparência e pela ética. As licitações seguem os parâmetros legais. Diante da suspeita de quaisquer irregularidades, cabe aos órgãos competentes realizarem suas fiscalizações, bem como à imprensa republicana registrar os fatos e evitar suposições”, disse a assessoria de Valadares, por meio de nota oficial.
Procurado por e-mail e pessoalmente para dizer que tipo de consultoria Pimentel prestou à sua empresa por mais de R$ 500 mil, o diretor-presidente da Convap, Flávio de Lima Vieira, não deu entrevista. Pelo telefone, repetiu quatro vezes a frase “nada a declarar” e desligou.
Já o atual presidente da Fiemg, Olavo Machado, disse ter pago por “análise, avaliação e aconselhamento sobre aspectos da economia local e mundial”, “discussões socioeconômicas com base em experiência técnica, universitária e administrativa”, e “dimensionamento de mercados para empresas, aspectos de meio ambiente e sustentabilidade”.
Em 2009, a Fiemg pagou R$ 1 milhão por informações que, em linhas gerais, o ex-prefeito ofereceu de graça pelo menos 13 vezes em palestras para estudantes, políticos e comerciantes locais em viagens por Minas naquele mesmo ano, de acordo com o site “Amigos do Pimentel”.
O tema era “Perspectivas econômicas e sociais de Minas e do Brasil no atual cenário mundial”, e o ex-prefeito viajava para articular sua pré-candidatura ao governo de Minas para o ano seguinte, plano que não se concretizou. No site, há referência a um encontro promovido pela Fiemg, em agosto daquele ano.
Procurado pelo GLOBO para detalhar um pouco mais as atividades da P-21, Machado disse que Pimentel dava “orientação a técnicos e colaboradores para elaboração e desenvolvimento de conteúdos” distribuídos a empresários.
No entanto, o presidente do Conselho de Política Econômica Industrial da Fiemg, Lincoln Gonçalves Fernandes, e o gerente de Economia, Guilherme Leão, responsáveis por esse trabalho na entidade, não se lembram da participação do político.
— Pimentel? O Fernando Pimentel, hoje ministro? Não, eu desconheço. Em 2009 eu estava aqui lidando com isso. Aqui na área econômica não teve participação efetiva dele trabalhando como consultor — disse Leão.
— Nunca participei de qualquer reunião. Estou sabendo dessa consultoria por você — completou Fernandes.
Ainda segundo Olavo Machado, Pimentel também teria participado das discussões embrionárias de sustentabilidade, no contexto do que viria a ser o programa da Fiemg “Minas Sustentável”, de incentivo a práticas empresariais ambientalmente corretas.
— Não, neste programa não (teve participação), deve ter sido em outro. Participei desde a concepção até o desenho final do que ele é hoje — afirmou o coordenador do “Minas Sustentável”, o engenheiro Flávio Mayrink.

domingo, 27 de novembro de 2011

John Alves (sem camisa) tumultuou a sessão ao tirar a camisa.


Maringá não tem vereador de cuecas, mas...


O vereador John Alves (PMDB) tirou a camisa durante a sessão da Câmara de Maringá desta quinta-feira (29) após o presidente da Casa, Mário Hossokawa (PMDB), solicitar a sua saída do plenário por não estar trajado adequadamente. O peemedebista foi à sessão vestindo camiseta rosa, calça jeans e tênis tentar impedir a votação da revogação do polêmico artigo 39 das Casas Geminadas. O tumulto levou a suspensão da sessão.
Na terça-feira (27), John Alves conseguiu as assinaturas necessárias para que o Projeto de Lei Complementar (PLC) que revoga o artigo 39 – que prevê o cadastramento de interessados na construção das geminadas em loteamentos com área menor que 400 m2, em loteamentos aprovados até 2009 – tramitasse em regime de urgência.
John Alves (sem camisa) tumultuou a sessão ao tirar a camisa.
O projeto deveria ser protocolado até as 14h desta quinta-feira para ser votado em primeira discussão ainda hoje. Na manhã desta quinta-feira, John Alves voltou atrás e encaminhou um ofício à Mesa Diretora solicitando o arquivamento do pedido de urgência, que foi negado diante da recusa dos demais vereadores de retirarem as assinaturas.
John Alves, que havia alegado motivos pessoais para não comparecer a sessão desta quinta-feira, chegou após o início da sessão trajando camiseta e calça jeans e ocupou a sua cadeira. De acordo com o regimento interno da Câmara, os vereadores do sexo masculino são obrigados a vestir paletó ou similar e gravata.
Hossokawa pediu que John Alves se retirasse do plenário e, diante da recusa, disse que não permitiria que o colega votasse. Os dois iniciaram uma discussão que acabou envolvendo outros vereadores. Em meio ao tumulto, o vereador ameaçou tirar a roupa e o presidente da Câmara suspendeu a sessão.