domingo, 25 de março de 2012

A cada dia, os "aliados" dão um passo na desmoralização do jeito Dilma de não fazer política

Dilma desmonta a coalizão presidencialista

Acho que não precisa de mais ilustração para ficar claro que Dilma não é Lula e que a ausência deste é um desastre para a condução política do governo federal. A cada dia, os "aliados" dão um passo na desmoralização do jeito Dilma de não fazer política. E com apoio de muitos parlamentares do PT.
Lá vai mais uma notícia neste sentido (na foto, até o deputado Henrique Alves revela que estão apertando a goela de todos):Aliança de governistas rebelados com oposição para Câmara e impede votação da Lei da Copa[Josias de Souza]


O Planalto decidiu testar a amplitude da rebeldia do seu conglomerado na Câmara. Tentou votar o projeto da Lei Geral da Copa. Não conseguiu. Governistas rebelados juntaram-se à oposição e paralisaram o plenário. A obstrução coletiva forçou o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a derrubar a sessão. Antes de deliberar sobre a proposta da Copa, os insurretos exigem que seja marcada a data de votação de outro projeto espinhoso: o Código Florestal. Juntaram-se à obstrução a maioria dos partidos governistas –do PMDB ao PDT, passando pelo PSD de Gilberto Kassab. Entre os que queriam votar, apenas o PT, PSB e PP. Foi a voto um requerimento da oposição que pedia que o projeto da copa fosse retirado da pauta. Rendido às evidências, o líder de Dilma Rousseff na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), liberou as legendas do condomínio governista para votarem como desejassem.
Apurados os votos, não foi atingido no painel o quórum mínimo de 157 deputados exigido para o prosseguimento da sessão. Prevaleceu a obstrução. Embora o plenário estivesse cheio, os deputados fugiram do painel, impondo ao governo uma derrota constrangedora.
Ficou evidente que, se não marcar uma data para a votação do Código Florestal, o Planalto não arrancará da Câmara uma decisão sobre a Lei Geral da Copa. A maioria governista dissolveu-se no debate sobre o Código Florestal. Nessa matéria, sumiu a lógica que costuma acomodar as bancadas do governo de um lado e as da oposição de outro. Sozinhos, os oposicionistas PSDB, DEM e PPS seriam esmagados, como de hábito. O problema é que, trincado, o Planalto não teve como passar o trator. Os agrodeputados, um contingente estimado em mais de 220 votos, espraiam-se por todas as legendas, inclusive as governistas. A divisão da tropa de Dilma ficou especialmente evidenciada nas manifestações dos líderes dos dois maiores partidos do condomínio. Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB, associou-se à paralisia: “A lei da Copa é importantíssima. Mas tenho que me curvar à maioria da minha bancada, que tem posições diferentes. Para não radicalizar, para abrir espaço de negociação, para ajudar o nosso governo, o PMDB entra em obstrução.” Jilmar Tatto (SP), líder do PT, discursou em sentido oposto: “O que está acontecendo neste plenário é inadmissível. Recusa-se a discussão de um compromisso que o governo assumiu com a Fifa. […] O que os ruralistas, predadores ambientais com representação nesta Casa, estão querendo é atrapalhar o cronograma da Copa.” Tatto chamou o bloco governista à “responsabilidade”. Ao tachar os ruralistas de “predadores ambientais” obteve o oposto. O PR, que não havia aderido à “obstrução”, mudou de posição. “Faltou tato ao líder do PT”, justificou o líder da legenda. No comando da bancada do PSOL, o ex-petista Chico Alencar (RJ) resumiu a cena: “A situação está de vaca desconhecer bezerro. A base do governo chega aqui e diz que o líder Tatto não teve tato. Para nós, ele falou com clareza. Não podemos permitir a decepação das regras ambientais do Brasil. No mais, a lei da Copa parece que foi reduzida a lei do copo. Só se discute a liberação de bebida nos jogos.” Líder do DEM, o deputado ACM Neto (BA) emoldurou o quadro: “O governo derrotou o governo. Na base da imposição, não se chega a lugar nenhum”. De fato, ficou evidente: ou o governo lambe suas feridas e recosta os cotovelos sobre a mesa de negociação ou arrisca-se a não sair do lugar. Negociando, pode apressar a aprovação da Lei da Copa. Quanto ao Código Florestal, tornou-se uma derrota esperando para acontecer.

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