Irmão de Jucá denuncia esquema de corrupção na Agricultura
Irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o ex-diretor da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) Oscar Jucá Neto denuncia, em entrevista à revista “Veja”, um esquema de corrupção no Ministério da Agricultura, sob o comando do ministro Wagner Rossi, do PMDB. Segundo Jucá Neto, existe um consórcio entre o PMDB e o PTB para controlar a estrutura do Ministério da Agricultura com o objetivo de arrecadar dinheiro.
A revista revela que suas informações incluem dois casos de negócios envolvendo a Conab. Em um deles, a estatal estaria protelando o repasse de R$ 14,9 milhões à Caramuru Alimentos, já que representantes da Conab estariam negociam um “acerto” para aumentar o montante a ser pago para R$ 20 milhões. Desse total, R$ 5 milhões seriam repassados por fora a autoridades do ministério.
O segundo caso envolve a venda, em janeiro deste ano, de um terreno da Conab numa região valorizada de Brasília. Apesar de ser uma área cobiçada, uma pequena empresa da cidade apareceu no leilão e adquiriu o imóvel pelo preço mínimo de R$ 8 milhões –um quarto do valor estimado de mercado. O comprador, Hanna Massouh, seria amigo e vizinho do senador Gim Argello (PTB), influente na Conab.
Em nota divulgada hoje, o ministro Wagner Rossi repudia as declarações de Jucá Neto à revista.
“Nenhum acordo extrajudicial foi fechado durante minha gestão à frente da Conab ou do Ministério da Agricultura com qualquer empresa privada. A única exceção foi o pagamento, à minha revelia, feito justamente pelo senhor Oscar Jucá Neto. E exatamente este caso levou-me a tomar medidas, juntamente com a Advocacia Geral da União, para bloquear o pagamento na Justiça.”
A situação vai ficando insustentável, dia a dia. Se Dilma Rousseff resolver reproduzir a faxina realizada no Ministério dos Transportes, poderá ocorrer nova denúncia e, assim, criar uma trepidação permanente em seu governo e base de sustentação. Será a tentativa de imposição do discurso da competência contra as falas políticas. Política e técnica gerencial se chocam diariamente na gestão Dilma. Mas será que são tão diametralmente opostas?
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