quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mas o que seria um governo Dilma?

Dilma revela força ou fraqueza?




A crise no Ministério dos Transportes e do DNIT indicou, para muitos, uma virada de página na história de Dilma Rousseff frente ao governo. Esta é a opinião da Carta Capital, para quem Dilma reagiu rapidamente e se impôs. Mas não me parece ser assim tão evidente. Ao contrário. Há forte suspeita nos meios político que quem vazou os erros de Alfredo Nascimento para parte da grande imprensa foi a assessoria da Presidente. Também me causou estranheza que a bancada dilmista na Assembléia Legislativa de Minas Gerais tenha apoiado as críticas que a bancada governista fazia ao DNIT.

Ora, se a Presidente é forte, por qual motivo ela teria que vazar denúncias sobre um ministro seu para enfraquecê-lo? Digamos, então, que agora, após adotar este estranho expediente, está mais forte. Mas o que seria um governo Dilma? Um governo sem a coalizão montada por Lula? Não estaríamos presenciando um caminhado errático, que ao invés de demonstrar força projeta fraqueza? Com as devidas diferenças, tenho a impressão que Dilma, por não ter sido liderança partidária, não ter articulação histórica com o PT, não ter experiência na articulação do Congresso Nacional e com os partidos, está oscilando como Collor fez no Palácio do Planalto. Governar com técnicos nunca foi um bom caminho a partir de nossa lógica de presidencialismo híbrido. Se continuar governando com o baixo clero (vide Marco Maia e recente mudança de cadeiras na composição ministerial) sofrerá ataques tão sorrateiros quanto a possível fritura que teria promovido no caso dos trasportes/DNIT. A imagem de indecisa já havia se cristalizado nas pesquisas recentes (atingindo 34% das opiniões em junho, segundo o DATAFOLHA). Comenta-se que o próximo passo de Dilma será cercar os petistas encastelados no DNIT (Hideraldo Caron estaria na mira). Veremos (se executará e se conseguirá conter os ânimos petistas).
Finalmente, é totalmente estranho o modo como os ministérios estão sendo ocupados pelo lulismo. A desenvoltura do “assessor não oficial” Frederico Dias (na foto, de terno) era uma aberração. Um super-assessor, semi-clandestino, extra-oficial. Foi realmente um descaso com a República.


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